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O que se sabe sobre o desabamento em obra do Metrô na Marginal Tietê em São Paulo.

Ninguém ficou ferido, mas dois trabalhadores tiveram contato com a água contaminada e foram socorridos por precaução.

Uma cratera se abriu na Marginal Tietê, em São Paulo, na manhã desta terça-feira (1º) após um trecho do asfalto ceder em proximidade com uma obra do metrô.

A seguir, veja o que se sabe sobre o caso:

  1. Onde foi o desabamento?
  2. Qual é a obra em que o desabamento ocorreu?
  3. Quem é responsável pela obra?
  4. Houve vítimas?
  5. O que causou o desabamento?
  6. O rio Tietê foi afetado?

1. Onde foi o desabamento?

O acidente ocorreu na pista local da Marginal Tietê, sentido Rodovia Ayrton Senna, depois da Ponte do Piqueri, na Zona Norte de São Paulo, por volta das 9h desta terça-feira (1º).

2. Qual é a obra em que o desabamento ocorreu?

O trecho do asfalto que cedeu estava junto a um poço de ventilação localizado entre as futuras estações Santa Marina e Freguesia do Ó, da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. A escavação na região começou a ser feita em 2021 pelo equipamento conhecido como “tatuzão”.

3. Quem é responsável pela obra?

As obras da Linha 6-Laranja do Metrô ocorrem por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) firmada entre o Governo de SP e a empresa espanhola Acciona, por meio da Concessionária Linha Universidade (Linha Uni), que ganhou licitação em 2019 para dar continuidade às obras previamente interrompidas do metrô. O contrato de R$ 15 bilhões prevê a aquisição de 22 trens e o direito de operação e manutenção da linha por 19 anos.

4. Houve vítimas?

Segundo o Corpo de Bombeiros, ninguém se feriu com o ocorrido. Todos os trabalhadores conseguiram sair da obra. Apenas dois, que tiveram contato com a água contaminada (não limpa), foram socorridos pela própria empresa responsável pela obra por precaução.

5. O que causou o desabamento?

A causa do acidente ainda não está clara. Em nota, a concessionária Linha Uni afirmou que houve o rompimento de uma coletora de esgoto próxima ao Poço Aquinos, que funcionará como canal de ventilação e saída de emergência da Linha 6-Laranja, e que as medidas de contingência do problema já foram tomadas.

No início da tarde, a Sabesp também afirmou que o episódio se trata do rompimento de uma supertubulação de esgoto, o chamado ITI-7, que tem aproximadamente 7,5 km de extensão, 3,4 m de largura e 2,65 m de altura – explicando a grande quantidade de água suja que tomou o túnel do metrô – e faz parte do projeto de despoluição do rio Tietê.

De acordo com o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Galli, a tubulação que teria se rompido passa no sentido tranversal ao túnel do metrô. O solo não teria suportado o peso da estrutura, levando ocasionando o problema.

Segundo Galli, essa tubulação passava 3 metros acima de onde estava escavando o “tatuzão”, e não teria sido impactada pelo equipamento. O motivo do rompimento da coletora ainda não é conhecido.

Para o presidente do Instituto de Engenharia, Paulo Ferreira, a trepidação causada por um equipamento como o “tatuzão” é uma das hipóteses para esse tipo de dano.

“Em qualquer movimentação, ele provoca uma trepidação no terreno, uma desestabilização. Se há uma obra perpendicular, essa obra movimenta. E esse movimento deve ter provocado uma ruptura. Pode ser em uma junta. Se não for uma junta, que seria um problema mais tranquilo, foi uma ruptura, aí é um problema um pouco pior”, afirmou à TV Globo.

Em entrevista à GloboNews, o especialista em gerenciamento de risco, Gerardo Portella, disse que pode ter havido falha no monitoramento das condições do terreno. Para ele, o período de chuvas pelo qual São Paulo está passando pode ter afetado a saturação do solo no local, ou seja, a capacidade de acomodar água da chuva de forma que mantenha sua integridade e das construções que o cercam.

“A área está saturada começa a se desfazer, perder sua solidez”, explica Portella. “É preciso fazer uma verificação em todo o entorno, já que uma região apontou para nós uma evidência de problema. Esse problema pode estar acontecendo em outras áreas da região, porque ficou evidente que temos um problema de compactação”.

6. O rio Tietê foi afetado?

Segundo o Departamento de Águas e Energia Elétrica do estado de São Paulo, não houve danos ao leito do rio Tietê.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/02/01/o-que-se-sabe-sobre-o-desabamento-em-obra-do-metro-na-marginal-tiete-em-sao-paulo.ghtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=materias.